29 de jun. de 2015

Os contos não tão secretos de Verônica

Estou andando pela estrada, estou descalça, o chão está molhado, o em ambos os lados do acostamento está a mata atlântica, uma neblina forte, ouço o som do vento a soprar, a brisa é bem amena.


A cada passo que dou é como se um portal fosse aberto, não sei em que direção estou indo, estou apenas seguindo os meus instintos, de repente o meu coração acelera, sinto uma dor, bom, não sei sem seria a definição correta, acho que o mais apropriado seria dizer um desconforto... ando mais alguns metrôs, de repente vejo um carro capotado no acostamento, vou me aproximando e sinto que cada vez que me aproximo me falta mais o ar...
O telefone toca... eu desperto com as mãos frias e com o coração acelerado, atendo o telefone, é a Fernanda, sinto em sua voz algo diferente... me apresso em questionar o que esta acontecendo, ela me responde que a Bruna sofreu um acidente de carro, simplesmente deixo o telefone cair, ouço a Fernanda gritando do outro lado perguntando: “ Verônica?! Alô Verônica, você ta ai?”  sinto como se o botão de desligar o meu cérebro tivesse sido acionado, levo segundos pra poder assimilar... depois de um certo tempo eu consigo voltar a sim e respondo a Fernanda que estou aqui.
Digo pra Fernanda passar aqui em casa pra gente ir logo ver como a Bruna está.
Ir em hospital nunca foi meu forte, sempre que pude eu evito de ir... odeio esse ambiente de hospital, sei lá, me remete a coisa ruim.
A Fernanda aparenta está mais abalada do que eu, eu tenho que me manter forte, ser forte, vamos em direção a recepção pra perguntar em que quarto a Bruna estava, ai então fomos informadas que ela estava na UTI e que não poderia receber visitas,  insistimos que só gostaríamos de vê-la não precisaria nem entrar na sala...
Ali estava ela, respirando por aparelhos, foi uma das cenas mais terríveis que eu poderia ver na minha vida naquele momento.
Mais uma vez eu tive que segurar pra não deixar as lágrimas escorrerem pois, a Fernanda estava ali comigo, mas, a minha vontade era abraça ela e apenas chorar, me restringir em apenas segurar a sua mão, era visível o abalo emocional dela, aquilo partia mais ainda o meu coração, não sabíamos o que havia acontecido direito, mas, isso também não importava agora, o que nos importava era o estado de saúde da Bruna; nos sentimos impotentes diante da situação,  não tínhamos o que fazer, se não apenas aguardar, a Fernanda me olhou pra mim e disse: “Quem vai dar a notícia pra mãe dela?”
Eu gelei na hora, puts, a mãe dela ainda não sabe, como eu pude me esquecer desse detalhe?!
Levei um bom tempo pra criar coragem e ligar pra ela, tive que manter a calma na voz e passar tranquilidade, expliquei toda a situação, disse pra não se preocupar que a gente já estava aqui com ela, mas, sabe como são as mães ainda mais quando se trata de uma cria dela, não tive argumentos muitos convincentes para que ela não vir, apesar de tudo ela parece estar calma, fiquei de explicar tudo melhor quando ela chegasse.
Ela chegou...