17 de dez. de 2012

Contos Secretos de Verônica capítulo 12 (Streets Bloom)


Como eu havia prometido a Bernadete, ela veio até a minha casa.
Ela pode reparar nos meus LP’S , CDs, DVD’s,  fotos na cabeceira da cama, quadros espalhados pelo quarto e sala.
Nós tivemos tempo o bastante para relatarmos um pouco mais das nossas vidas, apesar da nossa diferencia social, no fundo somos quase irmãs; irmãs que não tivemos.
A história de vida de nós duas é cheia de marcas, arranhões feitos por muita dor; ter sido abandonado pelo meu pai e com a minha mãe tendo de preencher os dois papéis foi muito difícil no inicio pra mim.
É muito duro para uma criança, não ter esse respaldo de uma figura masculina na sua vida, porque ele acaba sendo a pessoa que te impõe uma autoridade maior do que a mãe.
A minha mãe, a sua mãe (leitor) e a mãe da Bernadete só muda de endereço, as reações e as privações são praticamente as mesmas.
Ela sempre vai nos orientar com quem andar e não andar, vai ser o toque mais doce e sutil dentro de casa, vai ser a mulher que você deseja ser quando for adulta, talvez não no que diz respeito a ser subjugada, humilhada, traída; mas, tudo se justifica com o amor e a dedicação aos filhos.
Eu e a Bernadete falamos muito sobre as nossas mães e, de como nós não gostaríamos ter que passar pelo o que elas passaram.
Muitas vezes eu me questiono se ter me tornado uma mulher depende foi a melhor escolha pra mim, mas, quando eu olho pra minha mãe eu vejo que esse caminho é o melhor sem dúvida alguma, hoje eu tenho o meu apartamento, tá que não é grande coisa, só que é meu.
Não quero ser um espelho para Bernadete no que se diz respeito de sair de casa e tentar a sua vida sozinha, o que eu pude orientar em questão é de quando ela for tomar essa atitude que esteja  muito segura de si.
Expliquei de como é muito importante a minha amizade com a Bruna e com a Fernanda, falei um pouco de como são as coisas na faculdade e no meu trabalho de fotografa, trabalhar perto de casa é uma puta vantagem.
Quando se tem alguém pra se compartilhar as coisas, tudo fica mais leve, não tenha dúvida disso.
Depois de uma longa conversa sobre muitos assuntos e garrafas de vinhos pelo chão da sala, e de ter escutado muitos CD’S e LP’S, nos sentimos muito cansadas; eu tenho um colchão extra guardado e o cedi para que a Bernadete pudesse dormi na sala, peguei alguns edredons, ela ficou toda empacotada, fomos dormi já era quase 4 horas da manhã de um sábado para domingo chuvoso; prometi que se o tempo não estiver chovendo eu iria leva-la pra conhecer o Parque do Trianon e o vão do MASP, eu aproveitaria para tirar algumas fotos dela e com ela.
Foi difícil levantar cedo, o domingo estava nublado e aquele friozinho típico do mês de Dezembro, a Bernadete acordou de bom humor e super animada com a ideia de sair pra conhecer um pouco mais da região e de tirar algumas fotos.
Havia chovido a madrugada toda, eu não estava no melhor dos meus dias em questão de coragem pra fazer algo, decidi tomar uma ducha quente pra ver se o ânimo iria se possuir de mim.
Bernadete foi arrumando as coisas deixando tudo no lugar, ela queria prepara o café da manhã, eu lhe dei algumas coordenadas pra ela poder adiantar um pouco as coisas para o café da manhã.
Por incrível que pareça não acordamos muito tarde, era 11 da manhã e é de hábito já acorda ligando o rádio, decidi colocar o meu mp4 com a seleções de algumas músicas que iam de Chico Buarque à Pearl Jam.
O banho foi algo formidável pra mim, revigoro as minhas energias... tomamos o nosso café da manhã e a Bernadete decidiu tomar banho também, emprestei uma toalha para ela, enquanto ela tomava o seu banho eu preparei a minha câmera, peguei a minha blusa vermelha de capuz uma calça jeans e o meu all star marrom.
Assim que a Bernadete terminou o seu banho e se trocou, pegamos o caminho da rua, já era por volta das 13h30min, subimos a Augusta e em menos de 5 minutos já estávamos na paulista toda decorada para as festas do fim de ano, a Bernadete se virou e me falou que era a primeira vez que via de perto essas decorações que antes só via pela TV, então vocês já imaginem como foi à reação dela ao ver Avenida Paulista toda decorada, andamos em direção ao Trianon para fazer uma sessão de fotos e usaria a Bernadete como a minha modelo, como de costume houve muitas risadas, porque a Bernadete não sabia quais poses fazer, eu tive que ir falando as poses pra ela fazer, depois de ter terminado a sessão de fotos especiais com a Bernadete continuei tirando fotos desde das decorações da Avenida como de um grupo que tocava dentro do Parque; expliquei um pouco pra ela sobre a existência do parque no meio de tanto concreto e assas falto, me senti uma guia turística (risos) foi bem engraçado.
Depois fomos para o vão do MASP, onde também aproveitei e tirei algumas fotos dela e de tudo ao redor, lhe contei um pouco do MASP e das muitas manifestações que até hoje acontecem no vão, depois de mais fotos e risadas fomos dar uma conferida bem rápida na ferinha do Trianon, ela se apaixonou por um monte de coisa, eu decidi em lhe dá uma mandala de recordação.
Tínhamos que voltar pra casa, estava dando a hora de Bernadete ir pra casa, já ia dar 16h00min, ela voltou pegou as suas coisas e decidi fazer um pedido de um yakissoba antes dela ir; ela me disse que nunca havia comido, acabei achando justo dá pra ela essa experiência.
Ela acabou adorando tudo durante o final de semana, como dá última vez creio que trouxe pra ela novas experiências para a sua vida e quem sabe ampliei um pouco mais a sua visão.
Assim que ela chegou em casa me ligou avisando que correu tudo bem na sua volta.
A Bernadete tem me mostrado um lado mais humano em mim.
Beijos a todos
Verônica 

Nenhum comentário: