Dor, dor, dor, sangue muito sangue e remédios espalhados
pelo banheiro... a minha cabeça dói
muito esse corte no pulso parece ser bem profundo...
A uma centena de mensagens no meu celular... acordei nos
braços da Bruna e da Fernanda tentando me reanimar...
Esse silêncio todo me incomoda profundamente, não ter
controle sobre os pensamentos mais profundos e escuros nos faz refém de si
mesmo.
Essa dor que eu sinto agora não é uma dor só minha, é uma
dor “compartilhada” chega a comover, ter ido à periferia de novo pra visitar
aquela garota fez com que o meu mundo caísse...
Ter ouvido a Bernadete e a sua história de vida nos fez
se aproximar, creio que eu tenha ganhado uma nova amiga.
Nossas realidades são diferentes, mas, se assemelham; ter
ido visita-la abalou o meu lado forte, pude perceber que não sou tão forte
assim como imaginava.
Voltei pra casa ouvindo Wem (Borboleta e Everest), essas
duas música fizeram com que eu refletisse profundamente acerca de muitas
coisas, numa delas é a presença e a ausência do amor em nossas vidas, seja amor
de pai, mãe, marido, esposa, filho... quando o amor se ausenta ele nos afeta no
mais íntimo de nossas almas.
Chegando em casa,
eu não pude conter as lágrimas, eles caíram sem força-las, minhas mãos procuraram
por algo que me trouxesse um conforto... tomei todos os meus calmantes possíveis
inimagináveis.
Isso trouxe de novo um hábito que eu havia esquecido...
só sentir o prazer de cortar os meus pulsos e sentir o sangue escorrer...
Esta chovendo lá fora e esqueço-me das minhas obrigações,
dos meus deveres de tudo... o que de fato eu desejo nesse momento é me apagar,
ser apenas um borrão ao vento.
Tentar ser forte o
tempo todo tem dessas coisas, ninguém é forte o tempo todo, meu celular não
para de tocar deve ser uma das meninas, porém, resolvo não atender...
Horas depois estão as duas aqui na minha frente cuidado
de mim, falando aqueles sermões batidos de sempre, a preocupação esta estampada
no rosto de ambas.
Eu sou assim, uma Verônica forte mais frágil quando
necessário, e que se acaba se envolvendo demais com os problemas dos outros e
misturar os seus próprios problemas com as demais pessoas...
Prometi a Bernadete que voltarei para continuarmos a
nossa conversa, a Bruna e a Fernanda vão dormi aqui em casa essa noite pra
evitar que eu faça alguma bobagem, fico muito feliz por isso.
A Bruna está deitada no sofá da sala e a Fernanda no chão
da sala, só que acabou que ficamos conversando até tarde para ver se o sono
chegasse, e ele chegou... é hora de ir dormi tenho uma bateria de medicamentos
pra tomar, elas estão me forçando a comer, apesar de não sentir fome...
Chegou a hora de ir dormi e a chuva continua a cair lá
fora, sendo um convite para uma noite de sono.
Não se preocupem
comigo, está tudo bem, eu garanto e asseguro vocês disso.
Bjs
Verônica
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